Bancos de sementes - Mundo de Notícias

Bancos de sementes

Collider, Mato Grosso – Há pouco tempo, as terras herdadas por María Yvonne de Souza estavam vazias, terras fortificadas pela pecuária durante muitos anos a procura de sementes.

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Quando a família chegou ao sul da Amazônia, há quatro décadas, seu pai rapidamente desmatou a densa floresta tropical para criar pastagens.

“Ele limpou tudo com serra e machado”, diz Maria Yvonet da varanda de sua casa de madeira nos arredores empoeirados de Collider, a 632 quilômetros da capital Mato Grosso. “

É assustador falar sobre isso porque me lembro de coisas que hoje realmente me incomodam.

Agora, décadas depois, Maria Yvonet luta para voltar no tempo e desfazer a destruição da área.

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No reflorestamento, plantou sementes dos povos indígenas da Amazônia, que começaram a desaparecer devido à rápida expansão da produção de soja e milho.

“Se as pessoas soubessem como é difícil plantar árvores, nunca iriam querer derrubá-las”, diz Maria Ivonet, chefe da organização comunitária Colectivo Agua Vida.

“Aqui queremos fazer as coisas de forma diferente. Queremos restaurar a saúde da floresta.

Uma parte fundamental deste sonho é construir um banco comunitário de sementes em Mato Grosso, o maior produtor de grãos do Brasil, para ajudar a restaurar plantas nativas e preservar a biodiversidade.

Nessa perspectiva, Maria Evonete tem ajudado a organizar eventos para reunir agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais da região para compartilhar conhecimentos e expertises.

“É muito importante para nós termos essas sementes”, afirma, apontando para cachos de sementes em tons de marrom, amarelo e vermelho. “

E precisamos compartilhar essas sementes para que não desapareçam

Iniciativas de bancos nacionais de sementes estão sendo promovidas em todo o Brasil, à medida que o país se esforça para cumprir seu compromisso de restaurar 60 mil quilômetros quadrados de terras desmatadas e degradadas até 2030, desde o plantio de mudas até o plantio de sementes, dizem os defensores.

Ser a forma mais barata, rápida e eficaz de restaurar florestas degradadas, ajudando o Brasil a atingir seu objetivo.

Os cientistas também argumentam que o reflorestamento através de sementes pode ajudar a restaurar parte da biodiversidade perdida através do desmatamento.

Ao contrário dos bancos de sementes estatais, que armazenam espécimes para preservação histórica, os bancos comunitários recolhem sementes.

Trocam variedades e plantam uma mistura delas numa tentativa de imitar a diversidade da floresta o mais fielmente possível.

Se implementado em larga escala, o reflorestamento de sementes nativas poderia desempenhar um papel crucial na compensação de parte da devastação na Amazônia nos últimos anos.

Crise climática

Evitando ao mesmo tempo a crise climática que já está atingindo as comunidades locais, de acordo com Luciana Gatti, especialista sênior em clima especialista em mudanças.

Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“A chave é plantar árvores, árvores e mais árvores”, diz ele.

“A restauração florestal é a nossa única saída.”

“Fábrica de Chuva” As armadilhas da agricultura estão por toda parte em Mato Grosso.

Impressionantes outdoors nas esquinas oferecem novas marcas de sementes, pesticidas e tratores.

Os políticos fazem campanha com promessas de projectos de infra-estruturas ousados ​​destinados a aumentar a produção de soja e milho.

As cidades que há algumas décadas eram pontos no mapa estão a crescer, alimentadas pela fome insaciável do mundo por bens.

Imagens de satélite visualizadas pelo Google Timelapse mostram perda florestal em Mato Grosso entre 1983 e 2022.

A área ocupada pela agricultura e pecuária no Brasil aumentou 50% desde o início da década de 1980, segundo estudo recente do MapBiomas.

Mas os cientistas dizem que este crescimento vertiginoso teve um custo elevado para o clima.

ondas de calor frequentes, padrões irregulares de chuva e secas severas tornaram-se comuns na Amazônia nos últimos anos.

Quanto mais espécies, melhor

Os cientistas também alertam que as espécies nativas da Amazônia estão desaparecendo e muitos apontam para a monocultura.

Embora toda a biodiversidade da floresta amazônica seja desconhecida, alguns estudos sugerem que ela pode conter entre 15 mil e 50 mil espécies de plantas.

E a investigação mostra que as alterações climáticas e a desflorestação poderão fazer com que a diversidade de árvores da Amazónia diminua em 58% até 2050.

Os projectos comunitários de sementes combatem esta perda de diversidade utilizando um método chamado muvuca.

Baseia na disseminação de uma grande e diversificada mistura de sementes nativas em áreas degradadas para proporcionar maior diversidade de plantas e árvores.

“Estamos realmente tentando imitar a floresta como ela é, plantando todas as sementes ao mesmo tempo”, diz Renato Nazário, técnico em reflorestamento da Rede de Sementes do Xingu, uma organização sem fins lucrativos que oferece apoio e treinamento a cerca de dois.

dezenas de iniciativas comunitárias de sementes florestais na Amazônia

“E cada um tem um papel diferente no processo de reflorestamento”.

Normalmente, cerca de um terço das sementes são espécies não nativas de rápido crescimento, como abóbora e feijão, que atuam como “adubo verde”.

Essa vegetação fornece alimento e renda para as comunidades locais, além de fornecer proteção contra plantas invasoras, para que outras espécies arbóreas nativas como a copaíba (gênero Copaifera).

Cajueiro (Anacardium occidentale) e o pequi (Caryocar brasiliense) possam ter chance de amadurecer.

Algumas árvores amadurecem em 20 anos, enquanto outras levam 50 anos para atingir seu tamanho máximo.

“Quanto mais espécies, melhor”, explica Nazario, lembrando que esse método pode produzir de 5 mil a 12 mil espécies por hectare. “

Isso mostra que é possível restaurar a biodiversidade da floresta por meio da restauração ecológica”.


Fonte de informação: brasil.mongabay.com

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