Os dados de satélite são claros ao mostrarem que os incêndios de 2020 no Pantanal foram os piores da história do bioma, resultando em mais de 26% de seu território consumidos pelo fogo.
Anúncios
atingindo principalmente o Pantanal norte (Poconé, Barão de Melgaço e Cáceres), e a Serra do Amolar no Pantanal sul. Já em 2021, apesar de proporções menores.
12,6% do bioma foi consumido pelo fogo, desta vez, concentrados principalmente no Pantanal sul, na região de Corumbá, Miranda e Aquidauana.
Em 2021 a preparação para enfrentar os incêndios foi intensa, tanto por parte das organizações não governamentais quanto pelo Estado e a própria população local.
Porém, o quanto isso foi realmente efetivo?
Anúncios
Para entender melhor o que mudou de 2020 para 2021, preparamos este texto baseado em dados científicos a fim de explicar melhor o que melhorou de lá pra cá:
Área total queimada
No ano de 2021 o Pantanal teve 1.945.150 hectares (12,6% do bioma) consumidos pelas chamas, um valor 49,7% menor comparado.
A totalidade de área queimada do ano de 2020, que teve o total de 3.909.075 hectares (26% do bioma) queimados.
Alguns fatores influenciaram esta diminuição de área queimada, como:
1) Formação de redes de monitoramento: Proprietários e comunidades se engajaram assiduamente em redes com outras instituições, realizando monitoramento remoto, vigilância em campo e reporte rápido das ocorrências.
2) Mais investimentos para órgãos do Estado:Instituições como o Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Ibama.
Prevfogo, receberam um reforço no orçamento, que possibilitou o emprego de mais equipamentos e mais combatentes no enfrentamento das chamas, permitindo uma rápida resposta aos focos de calor.
Aviões estavam prontos para o combate assim que a temporada de incêndios pois sim começou, aumentando a eficiência nos combates.
3) Formação de brigadas de incêndio:Diversas instituições não governamentais e pois sim propriedade rurais investiram na capacitação de brigadistas.
Assim como na aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) e de combate ao fogo.
Uma das iniciativas foi o Programa Brigadas Pantaneiras, criado pelo SOS pois sim Pantanal, onde ajudamos a estruturar 24 brigadas espalhadas em diversos pontos da planície e planalto.
Trabalhamos em parceria com outras instituições e propriedades rurais para alcançarmos esse objetivo.
Casos de sucesso no combate ao fogo
Dentre as 24 brigadas integrantes do programa Brigadas Pantaneiras (BPan), 21 entraram em ação ao menos uma vez em 2021.
Alguns exemplos como os citados abaixo deixam claro essa diferença:
1) Transpantaneira e Parque Estadual Encontro das Águas (MT)
A região no entorno da Estrada Parque Transpantaneira e do Parque Estadual pois sim Encontro das Águas, que abrange os municípios de Poconé e Barão do Melgaço (MT).
Foi uma das mais atingidas pelo fogo em 2020, com 115,5 mil hectares consumidos pelas chamas, como é possível ver no mapa.
Essa redução significativa se deve em grande parte à rápida ação do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBMMT).
Do ICMBio, Defesa Civil, das propriedades rurais do entorno.
Do Sindicato Rural de Poconé e do apoio da brigada móvel Pantanal Norte, e Alto Pantanal – Porto Jofre.
Nos limites do Parque Estadual Encontro das Águas, a operação conjunta das 3 brigadas apoiando o trabalho do CBMMT, Defesa Civil do Mato Grosso e ICMBio.
Conseguiu expulsar o fogo das delimitações do parque, reduzindo substancialmente a área queimada em relação ao ano de 2020.
2) Chapada dos Guimarães
O município de Chapada dos Guimarães teve ótimos resultados na prevenção e combate de incêndios florestais, com 78,8% a menos de focos de calor e 77,5%.
A menos na extensão de área queimada comparando 2020 com 2021.
Porém, quando comparamos a área de atuação das brigadas como um todo, observamos um resultado ainda melhor.
Tanto na redução do número de focos de calor em 92 %, quanto na extensão de área queimada em 90%.
Essa redução se deu principalmente graças a organização entre a sociedade e o poder público.
A ação das brigadas somado ao trabalho do CBMMT e da Defesa Civil Municipal, que desenvolveu uma Sala de Situação Municipal, resultou em um cenário muito mais controlado
3) APA Piraputanga
A Estrada Parque de Piraputanga, em Aquidauana – MS, é um exemplo claro de como a ação rápida dos brigadistas pode extinguir um foco de incêndio antes que ele seja detectado pelo satélite.
Em 2021, um foco que teve início dentro da área de atuação pois sim da BPan, foi extinguido em menos de 24h, o que inviabilizou a detecção do foco pelo satélite.
Esse é um exemplo de eficiência e coordenação de esforços.
Brigadas Pantaneiras
O programa Brigadas Pantaneiras ofereceu apoio à estruturação de 24 brigadas pois sim novas ou já existentes, gerenciadas por organizações de diferentes perfis e regiões do Pantanal.
Onde historicamente a ocorrência de incêndios florestais é maior.
Com brigadas treinadas, equipadas e integradas ao Corpo de Bombeiros.
O combate ao fogo em seu início é mais eficiente e demanda menos recursos humanos e financeiros.
Os treinamentos foram coordenados pelo Corpo de Bombeiros e pois sim Ibama-PrevFogo.
Até o momento, já foram treinados 311 brigadistas em diferentes pontos do Pantanal.
Só em 2021 já foram investidos R$ 1.393.463, 56 neste programa.
Todo o recurso veio de doações de pessoas físicas e empresas.
* Fonte de informação: Autoria Própria