Os homens sempre quiseram registrar seus pensamentos, e por isso o papel foi inventado.
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Esses registros vão desde pinturas rupestres ao papel, e hoje do papel ao mundo digital e virtual.
Como você sabe, os primeiros humanos a desenvolver uma técnica de gravação foram nossos (agora extintos) parentes Neandertais com pinturas rupestres.
Foi um longo caminho até chegar ao papel e esta história pode dizer muito sobre como nos comunicamos hoje.
Antes do papel ou algo parecido, passamos por tábuas de argila, tábuas de madeira, folhas de palmeira, metais, cascas de árvores, até chegar a algo próximo ao papel como papiro e pergaminho.
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É importante ressaltar que essas formas e técnicas não são uma linha direta de evolução, pois cada cultura desenvolveu um método de registro ao redor do mundo com base nos materiais disponíveis em cada época.
Papiro
O papiro era uma planta de grande importância para os egípcios, pois era abundante em todo o seu território.
A fábrica servia tanto para fazer cordas quanto para fazer barcos.
Sendo assim os egípcios também desenvolveram uma propensão para escrever com ele.
Para produzir o papiro como suporte para a escrita, pequenos pedaços são retirados do caule, formam uma teia, depois prensados, secos e polidos.
O papiro provou ser um suporte de alta qualidade, tanto em termos de danos quanto de sensibilidade à cor.
Tal apoio fez da Biblioteca de Alexandria um grande sucesso e permitiu que outros utilizassem o mesmo material.
Assim, o Egito começou a exportar seu “papel” e a biblioteca de Pérgamo, na Grécia, tornou-se concorrente da biblioteca de Alexandria.
Talvez por este motivo ou temendo a escassez de matéria-prima, os egípcios proibiram a exportação de papiro no século II.
Pergaminho, um grande papel
Na ausência do papiro, o pergaminho de Pérgamo foi utilizado como suporte para a escrita.
O pergaminho é obtido pela cura de peles de ovelha, cordeiro e bezerro.
A produção era muito demorada e cara, mas, por outro lado, era mais resistente que o papiro.
Materiais pontiagudos usados para escrever na Europa e no Egito, juntamente com suportes rígidos como papiro e pergaminho, deram lugar a pincéis e panos de escrita mais fluidos na China.
Em 105 d.C., o chinês Tsai Lun fez experiências com um pano esticado sobre o bambu e tingiu as fibras aparadas, descobrindo um suporte que absorvia melhor a tinta: o papel.
Afina a descoberta do papel revolucionou o Império Chinês, e os chineses só o utilizaram durante cerca de 600 anos.
Com a disseminação do papel para outras culturas, o formato codex (as páginas paginadas dos livros que temos hoje) passou a ser mais utilizado.
Deixando para trás o volum (o antigo formato de livro em pergaminho), democratizando ainda mais o uso da imprensa e dos livros, e o pensamento linear que temos hoje.
No Espaço do Conhecimento da UFMG, a história do papel está representada na Fábrica da Letra na exposição Demasiado Humano, que explica a história da escrita através de seus suportes, até o formato de livro que conhecemos hoje.
Também aqui no blog, confira o artigo sobre composição tipográfica e o que ele tem a dizer sobre o assunto.
Afinal a palavra papel é derivada do latim papyrus, que se refere ao papiro que cresce às margens do rio Nilo, no Egito.
Conclusão
Há 6.000 anos, palavras eram gravadas em tábuas de pedra ou argila.
Afinal a forma mais antiga de escrita era o cuneiforme. Por volta de 3.000 aC, os egípcios inventaram o papiro.
Depois vieram os pergaminhos mais duráveis, feitos de couro bovino.
Finalmente, o papel é inventado na China 105 anos depois de Cristo por Tsai Lun.
Sendo assim ele fabricava produtos contendo cascas úmidas de amoreira, cânhamo, restos de roupas e outras fontes de fibras vegetais.
Ele socou até formar uma massa, peneirou e encontrou uma fina camada deixada para secar ao sol.
Após a secagem, o papel estava pronto! No entanto, o comércio de papel era tão viável que a técnica era mantida trancada a sete chaves.
Fonte e informação: ibb.unesp.br