Em 1925, o inglês Percy Fawcett adentrou a Amazônia em Indiana Jones busca de uma cidade perdida, mas desapareceu misteriosamente.
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Talvez buscasse ouro e prata, como suspeitou o marechal Rondon.
Diversos filmes e livros tentaram solucionar o caso
Em dado momento de Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984), Indiana Jones quando o intrépido protagonista sai à procura de uma pedra sagrada na Índia, Willie Scott.
A cantora de boate interpretada por Kate Capshaw, vira-se para Indiana Jones, o famoso arqueólogo imortalizado por Harrison Ford, e alerta: “Você vai acabar morrendo ao perseguir fortuna e glória”.
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Em tom de gracejo, Indy responde: “Talvez. Mas hoje não”.
Nina paterson
É provável que Nina Paterson (1871-1954) tenha dito algo parecido quando o marido, o explorador inglês Percival Harrison Fawcett (1867-1925).
Anunciou que ia sair em missão à procura de uma civilização perdida no Brasil — os dois se conheceram no Ceilão, atual Sri Lanka, onde Percy serviu como oficial da Artilharia Real britânica.
Não seria a primeira vez que ele viajaria para a América do Sul. Mas, dessa vez, poderia ficar até dois anos longe de casa.
A primeira expedição de Percy Fawcett pelo continente sul-americano ocorreu Indiana Jones em 1906, quando ele foi designado pela Sociedade Geográfica Real inglesa a demarcar a Amazônia, na fronteira entre o Brasil, a Bolívia e o Peru.
Em fevereiro de 1920, ele desembarcou no Rio de Janeiro para uma expedição que, no fim das contas, durou apenas quatro meses, de agosto a dezembro daquele ano.
Enquanto estava no Brasil, Nina, sua mulher, e os três filhos do casal, Jack, Brian e Joan, viveram na Jamaica.
Fawcett
Assim que chegou, Fawcett foi recebido pelo presidente da República, Epitácio Pessoa (1865-1942), que agendou uma reunião com o Marechal Cândido Rondon (1865-1958).
Rondon disse que o Brasil não precisava de estrangeiros para fazer expedições.
O presidente ponderou que estava atendendo a um pedido do embaixador inglês, Ralph Paget, para apoiar Fawcett em sua viagem até o Mato Grosso.
Rondon, então, sugeriu que Fawcett fosse acompanhado por uma comitiva brasileira.
O inglês recusou a oferta: “Pretendo ir sozinho”, avisou. “Uma viagem com muita gente tem os seus inconvenientes”.
O que ele fez
O marechal não desistiu. Sugeriu que o coronel estrangeiro fosse acompanhado por um civil ou militar da confiança do governo brasileiro.
Não houve acordo. Se não pudesse ir sozinho, avisou Fawcett, não iria.
A essa altura, Rondon já estava desconfiado de que, mais do que uma civilização perdida, o inglês estava à procura de ouro e prata.
Lá pelas tantas, perguntou o percurso que Fawcett pretendia fazer. Sua resposta — “É sigiloso.
Não posso revelar” — deu por encerrada a conversa. “Faço votos para que tenha boa sorte”, e Rondon se despediu.
“A ideia da Cidade Perdida Z veio do Documento 512, que se encontra na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro”, explica o jornalista Hermes Leal, autor de O Enigma do Coronel Fawcett – O Verdadeiro Indiana Jones (Geração Editorial, 2007).
“É um relato do século 18 de uma pessoa que teria se perdido no sertão da Bahia e Indiana Jones encontrado as ruínas de uma cidade abandonada. Uma cópia desse documento chegou às mãos de Fawcett ainda na Inglaterra”.
“Ouvi falar da lenda do Fawcett ainda criança, quando vivia em Goiás”, prossegue Leal. “Quando descobri que ela nunca tinha sido contada em uma biografia, resolvi transformar sua história em livro.
Minha grande dificuldade foi refazer seus passos. Descobri, entre outras coisas, seu interesse em comprar uma mina de pedras preciosas na Bahia”.
Os índios mais selvagens da Amazônia’
No dia 12 de agosto de 1920, seis meses depois de chegar ao Brasil, Percy Fawcett finalmente partiu do Rio de Janeiro rumo a São Paulo e, da capital paulista, para Corumbá (MS).
Em seguida, viajou de barco até Cuiabá (MT).
Em sua comitiva, apenas dois estrangeiros: um australiano, Butch Reilley, e um americano, Ernest G. Holtt, o “Felipe”. Cada um embolsou 600 libras pela aventura.
Além de contratar os dois ajudantes, através de um anúncio de jornal, Fawcett comprou dois cavalos e dois bois para transportar a carga, que incluía, além de cordas, redes e barracas, utensílios de cozinha e instrumentos musicais.
Logo no quarto dia de viagem, Butch pediu para sair.
O sujeito não sabia sequer montar a cavalo. Em dois dias, caiu quatro vezes. A última delas dentro de um riacho.
Ernest era menos pior. Mas, num acesso de fúria, atirou em Vermelho, um dos cachorros da comitiva.
Além de procurar caça, cães montavam guarda à noite.
Ao longo da viagem, Fawcett atravessou fazendas, como a do Laranjal, e cruzou rios, como o Tabatinga.
Numa delas, a do Rio Novo, conheceu o fazendeiro Hermenegildo Galvão.
Durante a estadia, ouviu falar dos índios morcegos, “os mais selvagens da Amazônia”.
Segundo a lenda, tinham aparência de macacos e viviam em cavernas.
Ao ouvir a história, Fawcett se convenceu de que estava no caminho certo.
Da fazenda Rio Novo, a comitiva seguiu para o Posto Simões Lopes, na aldeia Bakairi, onde descansou por três dias. De lá, prosseguiu viagem.
Como foi criado
No caminho, mais infortúnios: um cavalo morreu afogado e um boi por exaustão.
Não bastasse, chovia bastante. E os córregos transbordaram.
Mais adiante, próximo ao rio Tanguro, o cavalo de Fawcett caiu e não conseguiu mais levantar.
Armado com um rifle Winchester e uma pistola Mauser, o coronel deu fim ao sofrimento do animal.
O lugar foi apelidado de Campo do Cavalo Morto.
Sem mantimentos, Fawcett decidiu voltar.
Por ora, desistira da expedição.
A quem perguntava o que tinha acontecido, limitava-se a responder: “Os animais não resistiram”, e completava: “Pretendo voltar brevemente para reiniciar meus pois sim trabalhos a partir de onde parei”.
Que fim levou Percy Fawcett?
Em janeiro de 1925, como sempre fazia antes de sair em pois sim expedição, Percy Fawcett comprou um chapéu novo.
Não um modelo pois sim qualquer.
Mas um caríssimo da marca Stetson, seu preferido.
* Fonte de informação: www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2021/05/28/o-misterio-do-coronel-fawcett-que-inspirou-indiana-jones-e-sumiu-no-brasil.htm